Nota da Diretoria da ABRAPSO

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A Psicologia Social Brasileira se confronta hoje com uma série de
desafios e demandas. Mais que nunca psicólogas e psicólogos são
convocadas/os a trabalhar para a construção de uma sociedade
igualitária desenhada pela Constituição de 1988. Este ‘fazer
sociedade’ que busca enfrentar as cicatrizes éticas e políticas de
nossa história encontra resistências de toda ordem. Desde aquelas
próprias à desigualdade econômica (e à patologização da pobreza que a
sustenta no campo moral), até a difícil afirmação da separação do
Estado e da Religião, cuja promíscua relação se faz presente
simbolicamente nos adereços de prédios públicos dos três poderes. Esta
ditadura religiosa encontra visibilidade na mídia e no parlamento e
tem ameaçado as políticas públicas que buscam a igualdade de direitos
entre homens e mulheres, assim como o respeito à diversidade de
expressões de gênero e da sexualidade. O Sistema Único de Saúde e o
Sistema Único da Assistência Social representam o maior mercado de
trabalho para a psicologia hoje. Cabe à Psicologia Social (em aliança
com campos disciplinares) criar novas ferramentas técnicas capazes de
dar conta desta tarefa, sem cair no risco de transferir lógicas
privatistas e individualizantes para o campo social e compreendendo os
desafios da construção de um sistema que se institui na luta por uma
produção de subjetividade não mais caracterizada por lógicas
hierarquizantes do humano.