Moção de repúdio às agressões contra docentes da UFMS

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Moção de repúdio às agressões contra docentes da UFMS e em defesa do direito de livre expressão

Tendo tomado conhecimento das graves denúncias encaminhadas pelo Prof. Dr. Nilson Berenchtein Netto acerca de fatos ocorridos com docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Paranaíba, e com professores palestrantes convidados, a Associação dos Docentes da Unesp – Adunesp S. Sindical vem a público externar seu repúdio.

A Adunesp considera inadmissível a atitude do prefeito do município de Paranaiba, Sr. Diogo Robalinho de Queiroz, que, conforme denunciado, abordou um grupo de docentes em local público, agredindo-os verbal e fisicamente, agindo de forma extremamente truculenta, ofendendo os docentes com palavras de baixo calão, chamando-os, entre outras coisas, de “bando de vagabundos que chupinham o Estado”.

A denúncia se refere a fato ocorrido no dia 31/8/2013, num restaurante da cidade, e teve como alvo direto o Prof. Dr. Nilson Berenchtein Netto, coordenador do curso de Psicologia da UFMS, que estava acompanhado de professores convidados para um evento no campus. Não por acaso, o professor Nilson esteve, na véspera, em reunião na cidade de Campo Grande, junto com outros professores e representante discente em reunião da ADLeste com a reitora e pró-reitores, com o objetivo de expor as condições deterioradas de trabalho e estudo de professores, servidores e alunos.

Na condição de representante sindical e membro da comunidade acadêmica, o professor Nilson tem exposto sua opinião contrária à criação do curso de Medicina Veterinária à UFMS sem que antes os problemas estruturais e financeiros da Universidade sejam debatidos e solucionados. Ao que parece, a voz discordante do professor desagrada profundamente o prefeito, que propala aos quatro ventos ser “dele” a responsabilidade pelo novo curso.

Desta forma, a Adunesp manifesta sua mais profunda solidariedade ao professor Nilson Berenchtein Netto, subscreve as propostas por ele apresentadas, e revindica:

1 – Que a Universidade se manifeste oficialmente em relação ao ocorrido e que a Reitoria da UFMS tome as medidas cabíveis nos âmbitos cível e criminal para a proteção do professor que denunciou os atos de violência de que foi vítima, perpetrados pelo prefeito de Paranaíba/MT, Sr. Diogo Robalinho de Queiroz.

2 – Que a Reitoria se manifeste a propósito da afirmação do prefeito de Paranaíba, de que teria sido “dele” a responsabilidade pelo novo curso, referência que teria sido feita à aprovação da instalação do curso de Medicina Veterinária neste campus. 

3 – Que, mesmo estando aprovada a vinda do curso de Medicina Veterinária para o campus, seja retomado um debate amplo e aprofundado acerca desse fato, que é também uma questão política que resvala na questão da autonomia universitária.

4 – Que sejam retomadas as discussões a respeito das condições de trabalho e estudo às quais os professores, os técnicos e os estudantes estão sujeitos na UFMS. 

5 – Que haja ampla discussão acerca dessa afronta à autonomia da universidade pública.

6 – Que se discutam as precárias condições oferecidas pelo município (transporte público, assistência, saúde e trabalho) para a permanência dos estudantes no município e no campus. 

São Paulo, 4 de setembro de 2013.