O Núcleo ABRAPSO Florianópolis/SC divulga moção pública de apoio às ocup(ações) nas instituições de ensino médio e superior.
Acompanhe o texto abaixo ou acesse aqui o documento na íntegra
MOÇÃO PÚBLICA DE APOIO ÀS OCUP(AÇÕES) NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO MÉDIO E SUPERIOR
A ABRAPSO configura-se como uma instituição que, historicamente, esteve na luta pelo combate das desigualdades sociais e das diversas formas de violação de direitos humanos. Sendo assim, viemos manifestar nosso apoio aos movimentos das ocupações das instituições de educação do país, que vem resistindo ao avanço desenfreado do projeto neoliberal que o atual e ilegítimo governo vem impondo em nossa sociedade.
As ocupações visibilizam e problematizam diversas práticas e medidas que violam nosso cotidiano e que, tragicamente, trarão ainda maiores prejuízos para as camadas subalternizadas e oprimidas da população. Violaram nossas urnas, violaram nossas conquistas e estão tentando violar nossa compreensão sobre o atual quadro político e econômico do país: sabemos que longe de ser um projeto com a finalidade de solucionar a atual crise econômica, a PEC 241 (PEC 55 agora no Senado) é uma estratégia política e ideológica que vem para corroer e desmontar os inúmeros direitos sociais conquistados nos últimos anos, em uma busca desesperadora e reacionária de manter o histórico e opressor lugar de privilégio das elites brasileiras.
Também, apoiamos as ocupações quando se opõem à reforma do Ensino Médio que nada mais é do que a mercantilização e despolitização da Educação. Em uma tentativa de tornar a educação asséptica às lutas e transformações sociais, esta reforma busca neutralizar o poder político que a Educação pode propiciar, e torná-la refém do projeto neoliberal e suas inexoráveis desigualdades sociais.
Apostamos nas mobilizações estudantis que, de uma forma engajada e criativa, vêm revigorando a esquerda em nosso país. Os jovens ocupam as escolas, as universidades e as ruas, problematizando e desnaturalizando as desigualdades sociais, protagonizando suas lutas e transformando os espaços públicos em políticos. Eles argumentam e se posicionam de modo a demonstrar que o espaço público é do povo, fazendo inscrever no social, experiências de uma democracia horizontalizada e protagonizada de forma a defender, para toda a população brasileira, o direito a uma vida digna. Suas experiências são formas de resistência e luta que, brilhantemente, vêm (re)inventando as práticas militantes, atuando de forma incansável no combate aos retrocessos de direitos e (re)escrevendo a(s) história(s) de nossa sociedade.
Núcleo ABRAPSO/Florianópolis
Novembro, 2016.