ABRAPSO apoia Manifesto da ABEP “Jornada Nacional A Psicologia Discute o Golpe”

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A ABRAPSO apoia e divulga o Manifesto da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) – Jornada Nacional “A Psicologia Discute o Golpe”

Acompanhe o texto abaixo ou acesse aqui o documento na íntegra

 

MANIFESTO ABEP

Jornada Nacional “A Psicologia Discute o Golpe”

A SITUAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL DEPOIS DO IMPEACHMENT

Estamos vivendo no Brasil uma inédita configuração política na qual ocorreu o sequestro do voto de 54 milhões de cidadãs e cidadãos brasileiras/os, na deposição da presidente Dilma Rousseff, eleita democraticamente.

O processo democrático longa e duramente conquistado desde a proclamação, em 1988, da Constituição Cidadã, e pelos dispositivos sociais nela assegurados, tem sido duramente atingido, desde a abertura do processo de impedimento, que culminou em 31 de agosto com a votação no Senado Federal. Mais do que julgar uma governante que teria incorrido em gestão dolosa, estamos desde então vivendo uma sucessão de ações políticas de derrubada de uma concepção de sociedade que culminaria, era nosso desejo, em uma sociedade aberta à possibilidade de uma vida mais justa, igualitária, solidária e digna para todas e todos.

Este projeto vinha se materializando em políticas públicas que modificaram de forma inédita as condições básicas de vida para uma extensa parcela da população do país, os muito pobres. Em lugar das propostas de atendimento nos municípios mais afastados; em lugar da radical redução da mortalidade infantil; dos reajustes, sem precedente, do salário mínimo; em lugar dos projetos de inclusão social, implementados pelas muitas políticas afirmativas; em lugar do corajoso enfrentamento das várias formas de discriminação que prevalecem na sociedade brasileira, o golpe consolida-se agora com medidas que visam reduzir ou eliminar direitos dos trabalhadores, intervindo na Seguridade Social, por exemplo, retroagindo dramaticamente no campo da Educação, ao acolher proposições conservadoras que objetivam retornar à Educação colonialista, que elimina o desenvolvimento do pensamento crítico que cabe aos processos de ensino e aprendizagem, desmontando um dos mais completos sistemas de saúde pública, que assegura e concebe o direito ao cuidado da saúde como um direito de todas e todos, direito historicamente conquistado através do SUS. Vemos ainda a redução de 45% dos investimentos nas universidades públicas e em 18% em verbas de custeio em 2017, medidas que impactam nas verbas de auxílio à pesquisa e o funcionamento dos programas de pós-graduação em todo o país; o “Novo Regime Fiscal” com a PEC 241/2016, que congelará investimentos públicos em saúde, educação e assistência social por 20 anos; a proibição de realização de concursos para as universidades públicas a partir de 2017; o fim da CLT, com ampla terceirização de atividades meio e fim, inclusive da docência superior. A aprovação do PL 257 em 02/09/16, que trará arrocho salarial, pois proíbe reajustes ou adequação de remuneração a qualquer título aos servidores públicos e impede também a progressão em planos de cargos e carreiras; a tramitação do “Projeto Escola sem Partido”, que representa um ataque virulento ao direito de acesso ao conhecimento e à reflexão, através do silenciamento da voz dos professores.

Esse pacote de medidas, em seu conjunto, representa flagrante retrocesso, e impacta diretamente no direito à educação de qualidade, para todas e todos.  Nesse sentido, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, comprometida com a formação de psicólogas e psicólogos brasileiros, profissionais cujas práticas estão inteiramente voltadas para a saúde, o bem-estar, os sentimentos frente a si e a outrem; ao direito à vida com dignidade, manifesta seu repúdio a todas as ações que ameaçam este direito oriundas de uma concepção de sociedade que restitui e consolida as grandes distâncias entre as grupos sociais e culturais que integram o país.

A Diretoria da ABEP – Gestão 2015-2017 “Prá Cuidar da Formação” vem reafirmar o seu compromisso com a democracia, as políticas públicas propostas em favor do melhor desenvolvimento humano e com a luta contra a desigualdade social, o despotismo e todas as formas de subjugação presentes na sociedade de classes.

Conclamamos a todas e todos, instituições de ensino, coordenadores, professores e estudantes de cursos de Psicologia, graduação e pós-graduação, que não nos furtemos ao debate e enfrentamento às ameaças e ataques à vida cotidiana, e que hoje compõem o cenário no qual estamos todas e todos inseridos.

DIRETORIA DA ABEP – BIÊNIO 2015-2017

Alayde Maria Pinto Digiovanni (colaboradora)

Ângela Soligo (colaboradora)

Angelina Pandita Pereira (diretora)

Antônio Alexandre Lorio Ferreira (diretor)

Celso Francisco Tondin (diretor)

Diva Lúcia Gautério Conde (diretora)

Eduardo Antunes de Matos (diretor)

Irani Tomiatto de Oliveira (colaboradora)

João Eduardo Coin de Carvalho (diretor)

Júlio Schruber Junior (diretor)

Lecy Rodrigues Moreira (diretora)

Maria das Graças de Oliveira Santiago (diretora)

Rafael Campos de Oliveira Dutra (diretor)

Roberta Gurgel Azzi (colaboradora)

Sonia Maria Lemos (diretora)

Suenny Fonsêca de Oliveira (diretora)