NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS KARIRI-XOCÓ DE PORTO REAL DO COLÉGIO

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA SOCIAL – ABRAPSO

NÚCLEO ALAGOAS DA ABRAPSO

 

NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS KARIRI-XOCÓ DE PORTO REAL DO COLÉGIO

 

 

A Associação Brasileira de Psicologia Social vem a público manifestar seu apoio e solidariedade ao povo indígena Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio – AL, especialmente em relação aos episódios ocorrido a partir do último dia 28 de novembro quando se deu a ocupação de uma fazenda na região, como tentativa de retomada de seu território. Como estratégias de sua luta, um grupo formado por cerca de 12 famílias e 56 pessoas saiu da aldeia e realizou uma retomada numa propriedade, distante 8km da Aldeia, próximo ao povoado Taperinha, pertencente ao município de Porto Real do Colégio. No dia seguinte, 29 novembro, por volta das 16:30, as famílias foram surpreendidas violentamente por homens armados não identificados. A Associação Brasileira de Psicologia Social repudia veemente os ataques ilegais ocorridos ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio. A ocupação de terras como estratégia de retomada de territórios indígenas no Brasil apresenta-se como instrumento capaz de forçar as autoridades formais nos processos de demarcação. O território Kariri-Xocó foi demarcado desde 1993, porém um espaço que era insuficiente para as famílias, sendo que em 2006 4.419 hectares de terra foram declarados como posse permanente do povo Kariri-Xocó, através da portaria ministerial 2.358 de dezembro de 2006. Todavia, não houve no território a desintrusão de posse da área pelos não índios da região.

Diante de tais fatos, a Associação Brasileira de Psicologia Social repudia todo ato de violência que recai sobre o povo Kariri-Xocó, bem como apoia e se solidariza com suas lutas, pela retomada de suas terras e pelo acesso aos seus direitos. Considerando os estudos científicos da área, as populações indígenas do país têm intrínseca relação com a terra como seu território, que é condição fundamental para sua reprodução social e cultural. Sem ele, as populações originárias e sua cultura estão ameaçadas. A ABRAPSO repudia essa ameaça e a violência envolvida no episódio.