Nota de repúdio contra homofobia

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A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), desde a sua fundação, tem sido importante espaço para o debate e posicionamentos críticos em relação à vida em sociedade, livre de preconceitos. Desta forma, vimos a público formalizar veemente repúdio à manisfestação homofóbica do jornal “O Parasita” , produzido por estudantes do curso de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP). Tal matéria incita violência e desrespeito à liberdade dos seres humanos, considerados tão execráveis a ponto de propor, em forma de desafio, que colegas “joguem merda em um viado”, tendo como premiação “um convite de luxo para a Festa Brega 2010”. Associar qualquer tipo de premiação a atos de violência não podem ser tolerados em nenhum espaço, muito menos no ambiente universitário.

Temos noticias de que não se trata de um episódio isolado na USP. É lamentável uma universidade que tornou-se referencia dentro e fora do país, não tome imediatas providências para que os casos sejam apurados e sirvam de exemplo. Não podemos admitir que nas Universidades caracterizadas por se constituírem em espaços de produção de conhecimento que favoreçam a vida humana digna, incitem a homofobia e/ou qualquer outro forma de violência. Não se trata de simplesmente punir os estudantes do curso que produziram esses escritos, mas ir além da pura vingança e produzir manifestações nítidas por parte de professores, estudantes e em especial do Centro Acadêmico do Curso de Farmácia da USP de total rejeição a atitudes que incitem a violência e promovam o preconceito.

Nesse mesmo ânimo, a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) reafirma a sua posição absolutamente contrária a qualquer movimentação ou prática que impeça que seres humanos sejam felizes e exerçam sua afetividade e sexualidade, em função de moralismos hipócritas que devem ser combatidos por cada um de nós, cotidianamente.

Em tempos nos quais a homofobia tem sido alvo de estudos e debates, sobretudo no âmbito das políticas públicas com a criação de estratégias de enfrentamento e combate a todo tipo de violência homofóbica, como destaca o Programa Brasil Sem Homofobia, uma postura de silenciamento da USP diante deste ato de extrema violência manifesta pelo jornal “O Parasita” demonstraria que esta eminente universidade, ao não se pronunciar em relação ao ocorrido, encontrar-se-ia na contra-mão das proposições políticas, éticas e acadêmicas de combate à homofobia e de promoção de uma cultura de paz.

27 de Abril de 2010

Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO