4º Encontro regional N-NE da Abrapso

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Prezad@s,
 
É com satisfação que anunciamos que vem acontecer o 4º Encontro regional N-NE da Abrapso, em Manaus/AM, entre os dias 23 e 25 de Outubro de 2014.
 
As inscrições de trabalho vão até 10/agosto.
 
Mais informações, basta acessar o site:
http://www.encontro2014.nne.abrapso.org.br/
 
Descontos de inscrição até 01/agosto.

 

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A Abrapso

A Associação Brasileira de Psicologia Social, fundada em 1980, constitui-se em importante espaço de intercâmbio e posicionamento crítico frente a perspectivas naturalizantes e a-históricas de produção de conhecimento e intervenção política em nossa sociedade. A Associação congrega profissionais e estudantes da graduação e da pós-graduação em Psicologia e outras áreas do conhecimento. É formada por uma diretoria nacional e dividida em dez regionais estruturadas a partir da articulação dos núcleos em todo território brasileiro. Hoje, as regionais Norte e Nordeste mantém a realização de um único encontro regional, potencializando as várias linhas de afeto e produção coletiva que vêm sendo construídas há tantos anos. Tal interação marca momentos importantes para ambas, com ampliação dos diálogos entre estudantes, professores e profissionais, tanto loco-regional quanto nacionalmente, havendo circulação da produção local e visibilidade das regiões no cenário nacional. Isto fica claro com o crescimento do  número de núcleos das regionais N-NE que, entre 2008-2014, passamos de 04 para 14 núcleos.

 

Os encontros da regional N-NE

Apostando nesta ampliação dos campos de interlocução das regiões, realizamos o I Encontro Regional, em Belém (PA), organizado pelo núcleo Belém em setembro de 2008, cujo tema foi “Direitos Humanos? Inquietações e Desafios Contemporâneos”, reunindo cerca de 500 pessoas vindas dos estados do Norte e Nordeste, bem como da região Sul e Sudeste. Este evento se configurou como um espaço de enorme vigor criativo, que colocou em intercâmbio inúmeros estudantes e profissionais em torno de eixos temáticos: Educação; Saúde; Violência; Direitos Humanos; Política; Processos Organizativos; Processos Midiáticos;  entre outros.

Em 2011, realizamos o II Encontro Regional, organizado pelos núcleos Fortaleza e Sobral, com o tema “Inquietações da Psicologia Social: espaços de controle, resistências e criações”, buscando o fortalecimento destes campos de diálogos entre os núcleos e as regionais, assim como destes com as políticas públicas e movimentos sociais. Este encontro reuniu cerca de 600 pessoas, problematizando questões sobre os desafios que a Psicologia Social enfrenta na atualidade na produção de conhecimentos para a construção de uma sociedade em que se respeite a diversidade de modos de vida, tanto nos espaços urbanos, quanto nos rurais.

Em 2012, realizamos o III Encontro da Regional, em Maceió, cujo tema foi “Vozes guerreiras bonitas que agregam: política de resistência e criações”, com cerca de 400 participantes, cujas diretrizes, princípios e bases metodológicas levaram em consideração a dimensão histórica da Abrapso. O encontro foi a partir de quatro eixos políticos-organizativos: parceria com os Movimentos Sociais, horizontalidade nas relações com estes movimentos, acolhimento e articulação entre ciência-política-cultura.

 

O IV encontro regional N-NE

Neste ano de 2014, o núcleo Manaus da Abrapso chamou novamente para a região Norte a responsabilidade de realizar um encontro. A capital do estado do Amazonas é uma cidade cravada no meio da floresta amazônica, cujo cenário nos faz despertar um olhar segundo múltiplas dimensões.

Há tempos a Amazônia é vista de forma estereotipada. Já foi considerada o Eldorado, terra das guerreiras amazonas, inferno verde, pulmão do mundo e, atualmente, com a tão falada crise socioambiental, apresenta-se como tema central nas discussões a respeito da sustentabilidade nas diversas pautas nacionais e internacionais. A Amazônia é geralmente associada à sua majestosa floresta, à mega biodiversidade ainda não plenamente conhecida e à maior bacia hidrográfica com o maior e mais volumoso rio do mundo, com seus afluentes de águas negras, barrentas e cristalinas. Entre suas riquezas mais cobiçadas então os recursos naturais, como os minérios, as madeiras, os produtos florestais não madeireiros e as ervas e plantas medicinais. Apontada como uma das últimas fronteiras de expansão da economia mundial, expressa também uma clara síntese da crise do projeto de modernização. É palco de projetos desenvolvimentistas e ambientalistas conflitantes entre si, além de comportar a ânsia e tensão  por um progresso que nega o tradicional, ao mesmo tempo que as tradições são elementos fundamentais ao progresso.

No entanto, tais visões têm excluído parte importante de sua riqueza: sua população e seus modos de vida. Apresenta rica culinária, cultura e festivais. Os mitos e lendas amazônicos se confundem com a espiritualidade, práticas de saúde, hábitos cotidianos e práticas produtivas do povo do norte. É um território habitado por diferentes grupos étnicos, quilombolas, comunidades tradicionais e de muitos outros povos que aqui escolheram para construir suas vidas, vivendo em localidades rurais e enfrentando desafios de lidarem com o ambiente amazônico e com políticas públicas inapropriadas. Paralelamente, há pessoas vivendo em regiões urbanas, densamente povoadas, que também enfrentam inúmeros problemas como qualquer grande metrópole.

Esse cenário nos convoca à multiplicidade de olhares sobre os objetos, acontecimentos, campos de atuação e fazeres da Psicologia Social. E, nesse sentido, somos impelidos à busca de parcerias com diferentes campos de saberes/práticas, colaborando na interlocução entre movimentos sociais e universidades, que nos tragam novos e criativos horizontes à uma atuação profissional crítica e libertária, que nos faça trabalhar junto aos distintos atores e atrizes sociais. Assim, a Psicologia Social se encontra diante do desafio de trazer suas contribuições para temáticas e problemas apresentados pela sociedade, fazendo isso em aliança com outras vozes/saberes, especialmente a dos movimentos sociais. Por tais motivos, o tema escolhido é “Movimentos Sociais e Políticas Públicas: construções entre saberes e práticas”.

Desejamos em nosso encontro que possamos, ainda mais, favorecer espaços de convivência que primem por relações libertárias e dialógicas. E nos desafiando a participar da elaboração de políticas públicas que contemplem modos de vida singulares e que respeitem e valorizem a todos os elementos humanos e não humanos que compõem a rede sociodiversificada não só da região amazônica, mas de toda sociedade brasileira, favorecendo a convivência de suas múltiplas construções de saberes e práticas.

 
Abraços!